O exercício físico favorece um melhor condicionamento físico, qualidade de vida e bem-estar, e muitos acabam procurando atividades para melhorar a estética. (FILARDO; LEITE, 2001). Segundo Nabholz (2006), a nutrição constrói uma base para o desempenho físico, pois ela que fornece o combustível para o trabalho biológico e as substancias químicas para absorver e utilizar a energia potencial dos alimentos.
Ainda segundo a autora essa definição refere-se à soma dos processos envolvidos para a assimilação de substancias provenientes da alimentação. Para que cada indivíduo chegue a um estado de equilibro, desempenho físico e mental, é preciso realizar uma análise de suas reais necessidades. A deficiência ou o excesso de nutrientes podem causar diversos desequilíbrios que podem acarretar em prejuízos á saúde.
Nabholz (2006), diz que existem, seis classes de nutrientes, são eles: carboidratos, proteínas, gorduras, sais minerais, vitaminas e água. O corpo humano necessita de alguns nutrientes, principalmente aqueles que fornecem energia para o organismo e proporciona o desenvolvimento dos tecidos corporais, os principais são os carboidratos, gorduras, proteínas e água, esses são chamados de macronutrientes, devido a sua maior exigência diária pelo organismo. Já as vitaminas e os sais minerais têm grande importância para a manutenção de processos metabólicos, porem sua necessidade diria é menor e são conhecidas como micronutrientes.
Segundo Guimarães Neto (2006) nosso organismo está em constante mudança, isso significa que precisamos de suprimentos nutricionais propiciar essas modificações. Segundo Irani (2015) ao realizar uma atividade física, ocorre uma degradação no organismo humano em relação a algum tipo de substrato energético obtido através da alimentação, que acaba passando por uma transformação química no processo digestivo.
Glaucia (2008) afirma que o profissional que orienta a alimentação, deve levar em consideração cada fase do treinamento e ainda ter controle do peso corporal, adequando a ingestão de macro e micronutrientes e líquidos realizando a manutenção da saúde. O primeiro passo na conduta do nutricionista ao se trabalhar com um praticante de atividades físicas é a educação nutricional, estimulando hábitos saudáveis de alimentação para um bom equilíbrio dos nutrientes.
Segundo Karkle (2015) muitos buscam por uma alimentação ideal ligada a um programa de treinamento, mas diante hábitos inadequados e alimentação e a influência de meios de comunicação optam por fazerem o uso de substâncias sem a orientação de um profissional capacitado. E acabam por seguir condutas alimentares ineficazes para alcançar seus objetivos.
A combinação entre uma nutrição adequada e exercícios físicos propicia além a melhora da saúde, mas também a melhora do desempenho e rendimento em atividades esportivas (PELLEGRINI, 2017). Os suplementos alimentares, são alimentos criados para complementar a alimentação diária de uma pessoa, seja em nutrientes ou calorias, quando sua ingestão alimentar não é o suficiente ou quando necessita de uma complementação (KARKLE, 2015).
Segundo a mesma autora eles podem ser classificados como suplementos hidroelétricos, energéticos, protéicos, hipercalóricos, creatinas, cafeínas, ou ainda como uma forma de substituição parcial de refeições.
De acordo com Pellegrini (2017), a falta de conhecimento sobre os suplementos alimentares está associada a prescrição por profissionais que não são da área da nutrição, a auto prescrição, e até mesmo a indicação por amigos, oque se torna um fator preocupante, considerando que o uso inadequado destas substancias podem trazer prejuízos a saúde do indivíduo.
Existem diversos tipos de suplementos alimentares no mercado, mas para o estudo foram escolhidos dez dos mais conhecidos que serão apresentados nos tópico a seguir.
WHEY PROTEIN
A Whey Protein, que significa “proteína do soro” em português, é um suplemento criado a partir do soro do leite bovino, essa proteína tem sido bastante utilizada por suas propriedades benéficas a saúde em geral (LUIZ, 2013).
As proteínas da alimentação estão associadas a síntese das proteínas teciduais e a outras funções essenciais para o metabolismo. Para os processos anabólicos elas fornecem aminoácidos fundamentais para a construção e manutenção de tecidos orgânicos (NABHOLZ, 2006).
De acordo com Luiz (2013), cada vez mais tem aumentado o interesse dos praticantes de atividades físicas por suplementos alimentares que prometem resultados iguais a de uma alimentação bem planejada.
Segundo Luan et al (2015) durante muito tempo no processo de produção de queijo o soro era desperdiçado pela indústria pois não tinha utilidade. Foi descoberto que ela compõe 20% das proteínas do leite bovino, e hoje é extraída a Whey Protein. O soro pode ser obtido após passar por diversos processos de separação de proteínas, com o objetivo de obter um Whey Protein concentrado, ou um Whey Protein isolado.
O autor ainda diz que as principais características destas proteínas, é que elas possuem um alto teor de aminoácidos essenciais, e os de cadeias ramificadas, além de apresentar algumas sequencias de peptídeos bioativos e apresentarem uma grande quantidade de cálcio. Devido usas características as proteínas do soro são apontadas como de rápida digestão absorção, tendo capacidade de aumentar os níveis de aminoácidos plasmáticos de maneira eficiente.
BCAA (AMINOÁCIDOS DE CADEIA RAMIFICADA)
De acordo com Appolinário (2016), as proteínas do corpo humano são constituídas por 20 diferentes aminoácidos, e quase 50% deles não são sintetizados por nosso organismo, e é preciso ser adquirido através da alimentação. Esses aminoácidos são considerados como essenciais.
[…] os aminoácidos de cadeira ramificada (BCAA, branched-chain amino acids), são formados pela leucina, isoleucina e valina, fazem parte desse grupo de aminoácidos essenciais. Os BCAA correspondem a aproximadamente um terço dos aminoácidos essenciais do musculo esquelético e, por isso, desempenham papel importante na manutenção e no ganho de massa muscular. (APPOLINÁRIO 2016, p.90).
Segundo Junior Moacir (2016) existe uma hipótese muito valorizada de que o exercício físico interfere no metabolismo de proteínas e aminoácidos, e eles afetam de maneira significa para o rendimento durante os exercícios, e para a recuperação após o termino da atividade. Por esse motivo a suplementação com os aminoácidos se tornou popularmente comercializada, principalmente entre atletas de alto nível, com o objetivo de melhorar o rendimento físico em exercícios de força e endurance.
CREATINA
De acordo com Panta (2015), a creatina se destaca entre os suplementos utilizados quando o objetivo aumento do desempenho físico. É um comporto orgânico derivado de alguns aminoácidos, são eles: L-arginina. L-metionina e L-glicina, os quais podem ser sintetizados em nosso organismo pelos rins, fígado ou pâncreas, ou até mesmo através de alguns alimentos.
Appolinário (2016), afirma que a creatina ao ligada com moléculas de fosfato (creatina fosfato) é uma importante fonte de energia para a contração muscular, apesar de seu estoque ser limitado no musculo esquelético, ela é capaz de fornecer moléculas de trifosfato de adenosina (ATP), a fonte imediata de energia para a realização da contração dos músculos.
TERMOGÊNICOS
Peçanha (2017) afirma que os termogênicos são substancias nutricionais, as quais possuem um efeito ergogênico e sua composição pode conter diversos tipos de substratos, como a cafeína, catequinas, efedrina e alguns outros, que garantem melhorar o desempenho físico. O autor também afirma que o suplemento pode aumentar a oxidação de gordura, consequentemente melhorando a composição de corporal devido a diminuição da quantidade de gordura corporal.
Para Appolinário (2016), ergogênicos são substancias usadas com o objetivo de aprimorar o desempenho físico e tem sido consumido por atletas e por praticantes de atividades física através da suplementação. Segundo Gomes (2014), essa categoria de ergogênicos possui o objetivo de provocar a termogênese, que pode ser definida como produção de calor por meio da energia que é liberada em decorrência a algumas reações químicas.
HMB – (Β-HIDROXI-Β-METILBUTIRATO)
Segundo Zanchi et al (2009), o HMB é um suplemento alimentar que tem o objetivo de elevar o desempenho físico e aumentar a massa muscular, por esse motivo atletas e esportistas procurado incluí-lo como parte de sua suplementação.
O autor ainda diz que o HMB não sintetizado pelo organismo humano, por isso é preciso ser ingerido através de ingestão de alimentos protéicos.
Nunes (2008), Diz ainda que o HMB tem a capacidade de não apenas aumentar a quantidade de massa muscular e melhora do desempenho físico, mas também tende a diminuir a quantidade de gordura corporal e ainda melhora alguns parâmetros da resposta imunitária.
GLUTAMINA
Novelli et al (2008), diz que a suplementação com glutamina, tem sido usada como estratégia para atletas ou praticantes de exercícios físicos longos e intensos, os quais o catabolismo está muito presente. A glutamina é um aminoácido livre que está presente no organismo em grande quantidade, cerca de 80% é encontrada no músculo esquelético.
A autora diz ainda que a glutamina tem grande importância para várias ações de homeostase para o funcionamento padrão de diversos tecidos corporais, interfere também no funcionamento do sistema inume e do intestino.
Segundo Vanelli (2015), a glutamina é classificada nutricionalmente como um aminoácido não essencial, pois ela pode ser sintetizada pelo nosso organismo por meio de outros aminoácidos.
VITAMINAS
De acordo com Nabholz (2006), As vitaminas são responsáveis por catalisar diversas reações químicas, as quais não são fontes diretas de energia, mas facilitam seu metabolismo. As vitaminas podem ser classificadas como hidrossolúveis ou lipossolúveis.
Ainda segundo a autora as vitaminas hidrossolúveis envolvem as vitaminas do complexo B e a vitamina C, são chamadas assim por possuírem solubilidade na água. As vitaminas lipossolúveis envolvem as vitaminas A, D, E, K, solúveis em lipídios e outros solventes orgânicos, porém não-solúveis em água. Para serem absorvidas, é necessária a presença de lipídios.
ALBUMINA
A albumina é um suplemento alimentar extraída da clara do ovo, o qual possui uma grande concentração de proteínas, com alta digestibilidade e elevado valor biológico, ela contém os nove aminoácidos essenciais (leucina, lisina, isoleucina, metionina, fenilalanina, treonina, valina, triptofano e histidina) para a reconstrução muscular (NISSEN e SHARP, 2003).
Ainda segundo os autores, existem poucos estudos comprovando o beneficio da suplementação protéica, mesmo para aqueles envolvidos com atividades atléticas, considerando uma dieta normal.
MALTODEXTRINA
De acordo com Costa (2011), os carboidratos são separados em três diferentes categorias principais, são eles os mossacarideos, dissacarídeos e polissacarídeos, como exemplo:
Mossosacarideo: glicose e frutose;
Dissacarideo: sacarose, maltose e lactose;
Polissacarideo: carboidratos complexos como maltodextrina.
Os efeitos da suplementação com carboidratos vêm sendo estudada desde a década de 60, mas se aprofundou a partir da década de 90 (Tubarão, 2003).
A maltodextrina geralmente usada em bebidas esportivas é um polímero de glicose, que são separados comercialmente através da hidrolise controlada do amido. A concentração de polímeros de glicose varia entre 5 a 20%, mesmo que essas concentrações possam ser menores ou maiores
HIPERCALÓRICOS
Segundo Shneider (2008), hipercalóricos são suplementos alimentares usados com o objetivo de complementar a quantidade calórica de atletas que possuem um grande gasto energético e podem ser ingeridos por praticantes de atividades físicas que desejam aumentar o peso. No geral os hipercalóricos costumam ser ricos em carboidratos e proteínas, com baixo teor de gorduras, o que auxilia no ganho de massa magra. Porem seu uso inadequado faz com que pessoas troquem refeições solidas importantes pelo suplemento.
USOS EXCESSIVOS DOS SUPLEMENTOS ALIMENTARES
Segundo Hessel (2014), Nutricionista clínico do hospital sírio-libanês, consumir alimentos variados em quantidades ideais, garante as demandas necessárias de vitaminas e sais minerais, independente da faixa etária. O uso da suplementação de vitaminas só se faz necessário em casos de doenças ou deficiências pontuais causadas por motivos externos como cirurgia de redução de estomago por exemplo. Ele faz um alerta aos que preferem suplementar ao consumir o alimento, pois os complexos vitamínicos que são comercializados podem conter substancias não declaradas no rotulo as quais podem prejudicar a saúde.
Para Hessel (2014), o alto consumo de vitaminas e suplementos alimentares quando ingeridos em excesso acaba sendo eliminado pela urina, ou seja, é só dinheiro jogado fora. Mas uma hipervitaminose causa pelo excesso de vitaminas pode levar a reações alérgicas, lesões dos nervos, ou destruição de parte da medula espinhal, A recomendação e a quantidade ainda levam em conta fatores como idade, sexo, prática de atividade física e histórico familiar. Considerando estas afirmações, o ideal é procurar a ajuda de um profissional para saber se é necessário fazer reposição de vitaminas através da suplementação, e como ela deverá ser feita.
ESTEROIDES ANABOLIZANTES ANDROGÊNICOS
Segundo Haluch (2017), todos os esteróides androgênicos sintéticos são hormônios derivados da testosterona de forma direta ou indiretamente, eles podem ser agrupados em três famílias distintas, de acordo com sua estrutura molecular. Esse poderoso hormônio anabólico e androgênico foi sintetizado em 1935 e seu uso iniciou-se de forma terapêutica. Durante a segunda Grande Guerra, foram utilizadas pelas tropas alemãs para aumentar a agressividade dos soldados. Seu uso clínico, até essa época, restringia-se ao tratamento de pacientes queimados, deprimidos ou em recuperação de grandes cirurgias.
A testosterona é o principal hormônio masculino produzido nos testículos e no córtex adrenal, tornando-se responsável por funções anabólicas e androgênicas, tais como: fortalecimento da estrutura óssea, engrossamento da voz na puberdade, aumento da massa muscular, formação e manutenção de pelos (barba, por exemplo), maturação dos órgãos sexuais, ativação de áreas do cérebro responsáveis pelo desejo sexual (BACURAU et al., 2001).
Segundo Machado et al (2003), Anabolismo é o processo de construção de complexos orgânicos. A função do anabolismo é de forma simplificada e correspondente as características da testosterona em promover aumento do tecido muscular por meio da hipertrofia de fibras musculares, devido ao aumento da síntese protéica.
Segundo Haluch (2017), a testosterona controla uma serie de efeitos no organismo, um dos principais motivos pelo uso desse esteróide é pelo seu efeito anabólico no músculo esquelético, aumentando a síntese de proteínas e reduzindo sua degradação.
[…] tem sido hipotetizado também que parte dos efeitos anabólicos e anticatabolicos dos esteróides androgênicos seriam pela inibição da ação dos hormônios glicocorticóides (cortisol), que são hormônios catabolicos. Os androgênicos podem se ligar a esses receptores, impedindo a atividade do cortisol, embora maior parte dos estudos indique que os androgênicos têm baixa afinidade com os receptores de glicocorticóides (HALUCH, 2017, p.56).
São muitos dos diferentes tipos de EAAs. Para a presente pesquisa foram escolhidas dez substancias que são mais conhecidas e famosas entre os usuários.
DURATESTON
Segundo Guimarães Neto (2003), este esteróide é a combinação de quatro compostos de testosterona (decanoato de testosterona, fenilpropionato de testosterona, isocaproato de testosterona e propionato de testosterona). A idéia foi misturar esses diferentes ésteres e obter uma ação imediata após a aplicação e mantê-la por um longo período de tempo. Essa droga pode mostrar excelentes resultados em aumento de força e ganho de peso.
NANDROLONA (DECA DURABOLIN)
Nandrolona foi inicialmente produzida e distribuída pela empresa farmacêutica Organon em 1957 com o nome de Durabolin, que é a substancia nandrolona anexada ao éster fenilpropionato. Em 1962 a Organon lançou a Deca Durabolin e logo se tornou um dos esteróides mais populares da historia (HALUCH, 2017).
A Deca Durabolin é moderadamente androgênica e possui bom anabolismo. É utilizado como base da maior parte dos ciclos, pois evita inflamações e dores articulares decorrente do treinamento pesado (GUIMARÃES NETO, 2003).
ESTANOZOLOL (WINSTROL)
Para Guimarães Neto (2003), este esteróide pode vir na versão oral ou injetável em diluente aquoso é pouco andrógeno e moderadamente anabólico. No entanto, em altas doses pode ser tóxico ao fígado principalmente o vendido em forma oral.
Segundo Haluch (2017), o Estanozolol é um esteróide androgênico que promove um bom ganho de massa muscular, com pouca ou nenhuma retenção hídrica, que também promove uma boa perda de gordura. É a droga favorita de muitos atletas de fisiculturismo no período de preparação.
TREMBOLONA (FINAPLIX, FINAJECT, PARABOLAN)
Segundo Haluch (2017), a Trembolona Foi estudada inicialmente no final dos anos 60, quando passou a ser comercializada para uso veterinário com o nome de Finajet (Inglaterra) e Finaject (França). A Trembolona é considerada o esteróide anabolizante mais androgênio e anabólico entre os fisiculturistas.
[…] Na verdade eu prefiro considerar mais anticatabólico do que anabólico em si. É uma droga muito poderosa para aumentar força, massa muscular e queima de gordura, sem retenção de água. Tudo que um fisiculturista almeja em termos de resultados estéticos (HALUCH, 2017, p.80).
Segundo Guimarães Neto (2003), Parabolan é um esteroide injetável, derivado da 19-nortestosterona, a mesma derivação da Deca Durabolin, por isto ambas as drogas têm efeitos similares.
[…] Parabolan promove excelente efeito cosmético, ou seja, vascularização e alta densidade muscular sem retenção hídrica aparente. A super dosagem tende a aromatizar como a maioria dos esteróides. O Parabolan também pode ser utilizado com sucesso em fase de aumento de volume muscular, desde que administrado com outro esteroide altamente androgênico (GUIMARÃES NETO, 2003, p.12).
METANDROSTENOLONA (DIANABOL)
Segundo Haluch (2017), Metandrostenolona é o mais popular esteroide anabolizante oral utilizado, mundialmente conhecido pelo nome comercial de Dianabol, nome pelo qual foi lançado no comercio americano pela Ciba, em 1985. Foi o mais popular e largamente utilizado entre os fisiculturistas de elite e levantadores de peso da época. O Mister Olympia Larry Scoot (1965/196) confirma ter feito uso de Dianabol daquela época.
A fama do Dianabol se deve ao seu grande potencial para ganhos rápidos de força e volume muscular, sendo provavelmente o esteróide oral com maior poder anabólico (HALUCH, 2017).
Para Guimarães Neto (2003), a maior parte do ganho de força deve-se ao potencial de retenção hídrica causado por este esteróide, mais ressalta que por outro lado promove o aumento da pressão arterial.
BOLDENONA (EQUIPOISE)
Segundo Haluch (2017), Boldenona é um esteróide androgênico derivado da testosterona, criada pela Ciba em 1949. Foi comercializado inicialmente para uso em humanos com o nome de Parenabol. Nos anos 70 seu uso foi suspenso para humanos e o laboratório Squibb reintroduziu o esteróide no final dos anos 70 no mercado, mas somente para uso veterinário e com o nome de equipoise, nome pelo qual a Boldenona ficou mundialmente conhecida
É um esteróide anabólico desenvolvido para utilização em animais, principalmente para o tratamento de cavalos debilitados, quando uma melhoria no peso, pelagem ou condição física é desejada (Haluch, 2017).
Segundo Guimarães Neto (2003), a Boldenona é uma droga bastante anabólica, mais muito pouco androgênica, moderadamente tóxica ao fígado e com baixo nível de aromatização com um efeito similar ao da Deca Durabolin, porem menos anabólica, mas com ação um pouco mais prolongada devido a adição de um átomo de carbono em sua estrutura.
ENANTATO DE TESTOSTERONA (TESTOVIRON)
Para Guimarães Neto (2003), esta é uma das testosteronas de ação mais prolongada no organismo, seu efeito é bastante lento dura cerca de duas semanas. O Enantato de Testosterona é utilizado como contraceptivo masculino na dosagem semanal nos EUA.
O Testoviron também é utilizado no final de um ciclo de esteróides, por permitir uma volta gradual na produção fisiológica de testosterona, evitando choque de perda de peso (Guimarães Neto, 2003).
PROPIONATO DE TESTOSTERONA
Esta testosterona é de ação rápida se comparada a forma do Enantato de Testosterona, sendo necessário injetá-la com maior freqüência em função da sua meia vida. O Propionato é considerado uma testosterona pouco androgênica, sendo escolha de homens mais maduros ou como droga de transição de atletas de fisiculturismo entre os períodos fora de temporada e pré competição (GUIMARÃES NETO, 2003).
CIPIONATO DE TESTOSTERONA (DEPOSTERON)
Segundo Guimarães Neto (2003), é uma droga injetável conhecida por promover rápido ganho de força e volume muscular. É altamente androgênica e com boas propriedades anabólicas, por reter muita água, pode causar um aumento considerável na pressão arterial em alguns usuários.
O Deposteron tem a fama de atrofiar os testículos mais rapidamente do que qualquer outra droga além de provocar espinhas e perda de cabelo para os indivíduos que já tem tendência a estes efeitos (GUIMARÃES NETO, 2003).
OXANDROLONA (ANAVAR)
Oxandrolona foi descrita pela primeira vez em 1962, sintetizada pela Searle (atual Pfizer), que começou a vender a droga nos EUA em 1964 com o nome comercial Anavar. No Brasil atualmente so é vendido por farmácias de manipulção, assim como estanozolol e outros esteróides orais (HALUCH, 2017).
Segundo Haluch (2017), por ser uma droga relativamente pouca androgênica, é o esteróide anabolizante mais popular entre as mulheres. Os ganhos de peso com essa droga são de excelente qualidade, com pouca ou nenhuma retenção de água. É o esteróide de escolha por muitos novatos que iniciam o uso de esteróides e também por médicos que prescrevem esteróides para fins estéticos.
[…] Embora não ofereça grandes ganhos de peso, oxandrolona é considerada um bom esteroide para aumento de força, uma vez que ela aumenta a sintese da fosfocreatina, aumentando rapidamente a recuperação da reserva de ATP e a disponibilidade do mesmo, possibilitando treinos mais intensos. Isso torna oxandrolona uma droga muito versátil e tem sido utilizada em diversas modalidades esportivas, tais como: fisiculturismo, powerlifiting, ginástica olímpica, atletismo, MMA (HALUCH, 2017, p.88).
Segundo Guimarães Neto (2003), o Anavar tem como efeito principal um grande aumento de força por aumentar os depósitos de fósforo creatina intracelular ( fonte de combustível e energia muscular para esforços imediatos de curta duração, com até 10 segundos aproximadamente).
ANABOLIZANTES A DECISÃO É SUA
São muitos dos diferentes tipos de efeitos desejáveis e indesejáveis dos anabolizantes. Na seqüência do capítulo serão descritos os mais conhecidos e prováveis.
EFEITOS DEJESÁVEIS
Segundo Guimarães Neto (2003), quando os EAAs são utilizados , pretende-se o aumento da massa muscular, força, velocidade de recuperação muscular e a diminuição ou controle da gordura corporal.
Os usuários relatam que os anabolizantes retardam a fadiga, aumentam a motivação, estimulam a agressividade e diminuem o tempo de recuperação entre as sessões de treinamento, o que lhes permite treinar com maior intensidade. Mais treinamento com maior intensidade junto aos efeitos anabolizantes os levaria a ganho de força muscular (PELUSO et al., 2009).
Em 1939 foi sugerido seu uso para a melhora no desempenho de atletas, mas a primeira referência do uso dessas substâncias nesse sentido ocorreu em 1954, em um campeonato de levantamento de peso em Viena, e sua utilização tornou-se difundida para esse fim a partir de 1964 (LISE et al., 1999).
EFEITOS INDESEJAVEIS (COLATERAIS)
Os efeitos indesejáveis podem manifestar-se juntamente com os efeitos anabólicos desejáveis, uma vez que não pode separá-los. Altas dosagens podem acarretar em efeitos colaterais maiores, o uso abusivo dessas substancia pode gerar problemas físicos de natureza grave (BACURAU et al., 2001).
GINECOMASTIA
Ginecomastia é um dos efeitos colaterais mais temidos por usuários de esteróides anabolizantes, principalmente entre os novatos. Ginecomastia é o aumento da mama masculina devida á proliferação benigna de tecido glandular, o qual acontece pelo grande desequilíbrio hormonal causado por essas drogas (HALUCH, 2017).
EFEITOS COLATERIAS NO SISTEMA CARDIOVASCULAR
Segundo Haluch (2017), esteróides anabolizantes podem afetar o sistema cardiovascular de diversas maneiras, sendo a mais conhecida o aumento da pressão arterial, hipertrofia do ventrículo esquerdo, aumento também da coagulação do sangue. Existem relatos de mortes cardíacas em indivíduos aparentemente saudáveis, fisiculturistas e outros atletas de força.
PROBLEMAS HEPÁTICOS
Para Haluch (2017), problemas hepáticos pelo uso de esteróides anabolizantes são muito documentados, as patologias hepáticas associadas ao uso prolongado e abusivo incluem colestase, peliose hepática, adenoma hepatocelular (tumor benigno), adenocarcinoma hepatocelular (tumor maligno) e angiossarcoma hepático ( câncer raro do fígado).
EFEITOS PSICOLÓGICOS
Segundo Haluch (2017), os principais efeitos são: aumento da agressividade, comportamento anti-social, irritabilidade, variações do humor, ansiedade e depressão. Outros efeitos colaterais mais comuns associados ao uso de alguns esteróides como trembolona são: agitação, insônia, desapego aos antes queridos e aumento da prolactina.Esses efeitos assim como aumento do apetite, e aumento da temperatura corporal durante o sono (suores noturnos).
OUTROS EFEITOS COLATERAIS
Segundo Haluch (2017), outros efeitos colaterais ligados ao uso de EAAs incluem rupturas de tendões e ligamentos, inflamação no local com a aplicação. Virilização nas mulheres ( engrossamento da voz, hipertrofia do clitóris).
Para Guimarães Neto (2003), muitos efeitos colaterais dos EAAs são principalmente:
-Acne: A pele do usuário fica mais oleosa.
-Calvície: O folículo capilar é desestimulado ao crescimento de cabelo.
-Hipertrofia prostática: Problema desenvolvido por homens mais velhos.
-Alterações ou ausência de ciclo menstrual: Efeitos em mulheres.
-Dependência: o usuário se torna viciado.
-Impotência sexual: Queda da libido e perda de motivação (homens).
José Augusto Barbosa Neto.
Estudante de Educação Física
Curta nossa pagina no Facebook
Conheça nosso Canal no YouTube, acesse “Minuto Saúde Hapy Day”.
REFERÊNCIAS
ARAUJO, Leandro Rodrigues de; ANDREOLO, Jesuíno; SILVA, Maria Sebastiana. Utilização de suplemento alimentar e anabolizante por praticantes de musculação nas academias de Goiânia-GO. Revista Brasileira da Ciência e Movimento. Brasília V.10 N0 3 p.13-18 julho 2002.
ASSUNÇÃO, S. S. M. (2002). Dismorfia muscular. Revista Brasileira de Psiquiatria, 24, (Supl 3). Disponível em: <http://www.scielo.br>. (Acesso em 27/10/2018).
BACURAU, R. F. et al. Hipertrofia hiperplasia. São Paulo: Phorte, 2001.
BRAGGION, G.F. Suplementação alimentar na atividade física e no esporte – aspectos legais na conduta do nutricionista. Nutrição Profissional. N. 17. p. 40-50. 2008.
CARRILHO, L. H. Benefícios da utilização da proteína do soro de leite Whey Protein. RBNE-Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, v. 7, n. 40, 2013.
COSTA, D. C.; ROCHA, N. C. A.; QUINTÃO, F.D.Prevalência do uso de suplementos alimentares entre praticantes de atividadefísica em academias de duas cidades de Valedo Aço-MG: Fatores associados. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. Vol. 7. n.41 p. 287-299, 2013.
COSTA, T. A. et al. Influência da maltodextrina sobre a glicemia e o rendimento de atletas juvenis de basquetebol. Voos Revista Polidisciplinar Eletrônica da Faculdade Guairacá, v. 2, n.2, p.65-70, 2011.
DOS SANTOS, M. Â. A; DOS SANTOS, R. P. Uso de suplementos alimentares como forma de melhorar a performance nos programas de atividade física em academias de ginástica. Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, v. 16, n. 2, p. 174-85, 2002.
GOMES, C. B. et al. Uso de suplementos termogênicos à base de cafeína e fatores associados a qualidade de vida relacionada á saúde em praticantes de atividade física. RBPFEX-Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, v. 8, n. 49, p. 695-704, 2014.
GUIMARÃES, W. M. N. Musculação: Além do anabolismo. 2.ed. São Paulo: Phorte, 2006.
HALUCH, D. Hormônios no Fisiculturismo. São Paulo: Letras Contemporâneas, 2017.
IRIART, J. A. B; Andrade, T. M. Uso de esteróides anabolizantes e percepção de risco entre jovens fisiculturistas de um bairro popular de Salvador, Bahia, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 18(5), p. 85, 2002.
JUNIOR, M. P. Efeito da suplementação de aminoácidos de cadeia ramificada no desempenho físico humano. RBNE-Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, v. 10, n. 56, p. 157-164, 2016.
KARKLE, M. B. Uso de suplemento alimentar por praticantes de musculação e sua visão sobre o profissional nutricionista na área de nutrição esportiva em uma academia no município de Braço do Norte – SC. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. Vol. 9. n. 53. p.447-453,2015.
KRAEMER, W. J.; RATAMESS, N. A. Fundamentals of Resistance Training: Progression and Exercise Prescription. Medicine & Science In Sports & Exercise, [s.l.], v. 36, n. 4, p.674-688, abr. 2004. Ovid Technologies (Wolters Kluwer Health).
KRAEMER, W. J.; FLECK, S. J. Strength training for Young athletes (2nd ed.). Champaign, IL: Human Kinetics. 2005.
IZE, M. L. Z; SILVA, T. S. G.; FERIGOLO, M; BARROS, H. M. T. O abuso de esteróides anabólico-androgênicos em atletismo. Revista da Associação Médica Brasileira, Porto Alegre, 1999.
MAUGHAN, R.J. Contamination of dietary supplements and positive drug tests in sport. Journal of Sports Sciences,2005.
NABHOLZ, T. V. Nutrição esportiva: aspectos relacionados a suplementação nutricional. São Paulo: Sarvier, 2007.
NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. Londrina: Midiograf, 2001.
NISSEN S. L, SHARP R. L. Effect of dietary supplements on lean mass and strength gains with resistance exercise: a meta-analysis.J Appl Physiol. 2003.
NOVELLI, M.; STRUFALDI, M.B.; ROGERO, MM.; ROSSI, L. Suplementação de Glutamina Aplicada à Atividade Física. Revista Brasileira de Ciencia e Movimento. p. 112, 2007.
NUNES, E. A. et al. β-Hydroxy-β-methylbutyrate supplementation reduces tumor growth and tumor cell proliferation ex vivo and prevents cachexia in Walker 256 tumor-bearing rats by modifying nuclear factor-κB expression. Nutrition research, v. 28, n. 7, p. 487-493, 2008.
PANTA, R; DA SILVA FILHO, J. N. Efeitos da suplementação de creatina na força muscular de praticantes de musculação: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, v. 9, n. 54, p. 518-524, 2015.
PEÇANHA, A. M.; F. R.; SILVA FILHO, J. N. Suplementos termogênicos: evidências sobre a sua eficácia na redução da gordura corporal. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, v. 11, n. 65, p. 544-553, 2017.
PELEGRINI, A.; NOGIRI, F.S.; BARBOSA, M.R. Consumo de suplementos nutricionais por praticantes de musculação da cidade de São Carlos-SP. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. Vol. 11 n. 61. p. 59-73,2017.
PELUSO, M. A. M.; ASSUNÇÃO, S. S. M.; ARAÚJO, L. A. S. B.; ANDRADE, L. H. G. Alterações psiquiátricas associadas ao uso de anabolizantes. Revista de Psiquiatria Clínica. São Paulo, v. 27, n. 4. p 135-143, 2009.
SNEIDER, C. et al. Consumo de Suplementos Nutricionais por Praticantes de Exercício Físico em Academias de Musculação de Balneário Camboriú–SC. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, v. 2, n. 11, p. 307-322, 2008.
SOUZA, L. B. L, PALMEIRA M. E, PALMEIRA E. O. Eficácia do uso de Whey Protein associado ao exercício, comparada a outras fontes proteicas sobre a massa muscular de indivíduas jovens e saudáveis. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva; 9(54):607-13,2015.
TUBARÃO, R. Hidratação e desempenho físico de endurance – fisiologia do exercício, 2003. Disponível em www.ativo.com/carboidratonaatividadefisica. acesso em 03/10/2018.
VANELLI, B.; STRAGLIOTTO, L. K.; LUPION, R. Uso da glutamina nas diferentes atividades físicas: um estudo de revisão sistemática. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, v. 9, n. 53, p. 403-410, 2015.
VIEIRA, A. A qualidade de vida e musculação e o controle da Qualidade Total. Florianópolis: Insular, 1996.
WILLIAMS, M. H. Nutrição: para saúde, condicionamento físico, desempenho esportivo. 5 ed. São Paulo. Manoele: 2005.
ZANCHI, N. E. et al. Suplementação de HMB: relevância clínica e mecanismos de ação. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v. 8, n. 1, p. 98-110, 2009.