Tendinite de Quervain

Síndrome de De Quervain, tenossinovite estenosante ou tenossinovite de De Quervain são termos empregados para descrever um distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho, DORT, associado aos movimentos repetitivos do punho e polegar), exercícios excessivos e posturas inadequadas, que ocasionam tensão nos tendões. Conforme aumenta o trabalho muscular, há a redução da perfusão sanguínea e, consequentemente, acontece deformação e perda da capacidade de tensão dos tendões, fragilizando-os estruturalmente, aumentando as chances de desenvolvimento de lesões tendíneas.

Trata-se da inflamação da bainha sinovial dos tendões dos músculos extensor curto do polegar e abdutor longo do polegar ao nível do punho. A etiologia é por traumatismo direto da bainha tendinosa ou, mais comumente, irritação mecânica repetitiva, tais como, supinação e pronação do antebraço, desvio ulnar e radial do punho, abdução e extensão do polegar e preensão com desvio ulnar. Acomete mais comumente as mulheres e, em 1985, foi chamada de “deslocamento das lavadeiras”, quando mulheres que torciam roupa de forma forçada queixaram-se de dor no lado radial da mão e punho.

Manifesta-se por sensibilidade dolorosa, edema a nível radial e dorsal do punho e polegar, fenômenos inflamatórios e, em alguns casos, pode haver crepitação durante movimentação do polegar. A dor pode irradiar para o polegar, antebraço e cotovelo e é acentuada com movimentos do polegar. O paciente pode apresentar diminuição do arco de movimento e arco doloroso, ocasionando limitações físicas e, como consequência, possibilitando o surgimento de angústia e depressão, acarretando mudanças no estilo de vida dos acometidos.

Além dos sinais e sintomas característicos, para consolidar a hipótese diagnóstica pode ser feito o teste de Finkelstein, o qual consiste no alongamento passivo pela adução do polegar e desvio ulnar do punho.

Teste:

CLASSIFICADO EM ESTAGIOS ESTÁGIOS

Estágios da Tenossinovite de De Quervain

I Estágio.

Neste estágio a fase é aguda da patologia, onde á caracterizado pela presença de dor e sinais flogísticos. Este estágio também é conhecido como fase e hipertrófica, no qual a dor é na maioria das vezes súbita, caracterizando-se em choque ou queimação, podendo atingir o ombro, a mão ou ambos. Aparecendo também a presença de edema, hiperemia da pele, distúrbios vasos motores, hipoestesia em luva e sudorese excessiva da pele (SANTOS et al, 2002).

II Estágio.

Caracteriza-se com a fase subaguda da patologia, onde a resolução parcial de alguns dos sinais e sintomas do Estágio I caracterizam-se como dor, hiperemia e edema, sendo acompanhada de espessamento da pele e da cápsula articular, atrofia e espessamento do tecido subcutâneo, rigidez com deformidade em flexão dos dedos, redução da força dos músculos intrínsecos. Esta fase pode durar de 3 a 6 meses (SANTOS et al 2002).

III Estágio.

Neste estágio a patologia é compreendida como crônica e caracteriza-se também pela presença de deformidade instalada, desencadeando sequelas. A fase atrófica é uma característica deste estágio, no qual ocorre instabilidade vaso motora, atrofia e contratura dos segmentos acometidos pela patologia (SANTOS et al, 2002).

Protocolo de fisioterapia para a tenossinovite de De Quervain

Não existe evidência indicando um protocolo padrão para o tratamento da doença de De Quervain, mas existem sugestões de várias investigações sobre que intervenções utilizar na fase aguda e na fase crônica.

Intervenções na fase aguda:

(objetivo: aliviar a dor, diminuir o inchaço, melhorar a amplitude de movimento): 

  • Imobilização do polegar será geralmente prescrita uma tala para imobilização do polegar durante até 6 semanas. A taxa de sucesso documentada para esta intervenção ronda os 19%, quando comparada com injeções de corticóides e uso de AINEs, mas o sucesso aumentou para 88% com a utilização de talas e AINEs em conjunto.
  • Injeção de corticosteróides Injecção de corticosteróide e/ou anestésico na bainha do tendão extensor do polegar teve sucesso variável, entre 62% e 93%.
  • Anti-inflamatórios não esteróides (AINEs) geralmente combinado com outras intervenções terapêuticas. Verificou-se que tem resultado a aliviar a inflamação dos tendões extensor curto e abdutor longo do polegar.
  • Gelo/calor Geralmente combinado com outras intervenções terapêuticas. O calor pode ajudar a relaxar e a alongar a musculatura encurtada, e o gelo pode ser usado para ajudar a aliviar a inflamação da bainha do tendão extensor.
  • Tratamento de McKenzie para o punho O paciente é instruído a realizar o desvio cubital e a flexão do polegar com distração em casa 10-20 vezes pelo menos a cada 3 horas. O paciente também é orientado a evitar o desvio radial. O autor verificou que o desvio cubital com distração radiocarpal promove uma recuperação mais rápida e com sucesso. Há pouca ou nenhuma pesquisa apoiando o sucesso e a eficácia desta intervenção.
  • Massagem Massagem profunda na eminência tenar pode ajudar a relaxar a musculatura que provoca dor. (Veja o vídeo de exemplo abaixo).
  • Alongamento Alongar os músculos da eminência tenar em extensão e abdução do polegar pode relaxar e alongar essa musculatura que causa dor. (Veja o vídeo de exemplo abaixo).
  • Educação Sobre os fatores de risco, atividades agravantes e educação para a adaptação de atividades agravantes.

Os casos mais rebeldes exigem, às vezes, injeção de corticosteróides ou incisão cirúrgica com liberação da bainha irritada que cobre o tendão . Por se tratar de uma DORT, o mais indicado, porém o mais difícil a ser feito, é a modificação das forças repetitivas sobre o punho e a mão do paciente durante suas atividades diárias , sendo necessária a reeducação laboral.

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